Por Lourdes Marinho
Edição: Andréa Bochi
“Herança escravagista e discriminação no trabalho” e “A importância do trabalho em rede para combater o trabalho infantil” foram tratadas na live realizada pelo SINAIT, na manhã desta sexta-feira, 29 de janeiro. A live pode ser conferida aqui.
O evento online integra as atividades da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo no Brasil, criada em 2009, e este ano celebrada no período de 25 a 29, em homenagem aos mortos da Chacina de Unaí.
A atividade contou com a coordenação dos diretores do SINAIT Rosa Maria Campos Jorge e Lucas Reis, e como expositores as Auditoras-Fiscais do Trabalho, Cláudia Márcia Ribeiro e Paula Mazullo, pioneiras na Fiscalização Móvel, e o diretor do SINAIT Sebastião Estevam, que também atuou no Grupo Especial de Fiscalização Móvel-GEFM.
“A partir da Móvel todos nós passamos a conhecer a verdadeira realidade do trabalho escravo no Brasil. Somos privilegiados de conhecer a realidade desse País”, disse Cláudia.
Os parceiros da Inspeção do Trabalho no início da Móvel, como a Comissão Pastoral da terra -CPT, Dom Pedro Casaldáliga - que fez as primeiras denúncias de trabalho escravo, e sua compaixão pelo sofrimento dos trabalhadores - além de colegas, entre outros, foram lembrados e homenageados por Cláudia Márcia.
Conquistas que contribuíram para o fortalecimento do combate ao trabalho escravo, com o a criação do seguro desemprego para o trabalhador resgatado; entre outras, também foram destacadas por ela.
Trabalho escravo colonial e contemporâneo
A discriminação no trabalho, resultante da herança escravagista foi tratada por Paula Mazullo, que abordou o tema desde a escravidão colonial até a contemporânea. Segundo ela, o problema está na formação do estado brasileiro.
Para a Auditora-Fiscal tanto o trabalho escravo colonial como o contemporâneo têm em comum a lucratividade econômica. E lembrou que na atualidade, de 1995 até hoje, já foram mais de 55 mil trabalhadores resgatados.
Combate ao Trabalho Infantil
Sebastião Estevam destacou a importância do trabalho em rede para a erradicação do trabalho infantil. Usou a experiência da regional que atua no interior de São Paulo, no município de Presidente Prudente, onde as parcerias com fóruns, empresas - por meio do programa de aprendizagem, órgãos públicos, campanhas publicitárias e diagnósticos, entre outros meios, têm tido êxito no combate a este problema.
Disse que a pobreza não pode ser usada para justificar o trabalho infantil, uma vez que a maioria dos casos de trabalhadores escravizados, 90%, têm origem no trabalho precoce. Este, causa evasão escolar, gera analfabetos funcionais e impede a capacitação profissional e consequentemente o acesso a bons empregos.
Encerramento
Rosa Jorge disse que o SINAIT cumpre uma agenda importante na Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. Que a data é de luto, mas representa também a resistência da categoria. “Nós sempre lutamos e conquistamos tudo o que somos hoje, por isso, temos que seguir nesta luta”.
Sobre o combate ao trabalho infantil ela destacou a campanha Institucional 2020/2021 do SINAIT “Trabalho Infantil - Uma realidade que poucos conseguem ver”, que está nas mídias sociais do Sindicato e pode ser conferida aqui.