MG – Inspeção do Trabalho resgata 99 trabalhadores na região de Araxá


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
05/09/2022



*As informações são do Ministério do Trabalho.


Sob coordenação de Auditores-Fiscais do Trabalho, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) resgatou 99 trabalhadores em condições análogas à escravidão na região de Araxá (MG), em operação nas últimas semanas. Foram concluídas uma série de fiscalizações nas atividades de retirada da palha de milho, corte de alho e colheita de batata.


Também integram o GEFM o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal. A equipe resgatou 25 trabalhadores em Delfinópolis e 74 em Santa Juliana, ambos municípios de Minas Gerais.


De acordo com os Auditores-Fiscais do Trabalho, os 25 empregados encontrados em Delfinópolis foram recrutados em Pompéu (MG), para laborar na retirada da palha de milho. Os trabalhadores estavam sem receber salário e precisaram comprar as ferramentas de trabalho com o próprio dinheiro.


As vítimas estavam alojadas em casas residenciais superlotadas, que não seguiam os padrões exigidos quanto à segurança elétrica e desrespeitavam a legislação quanto à proibição de alojamentos mistos. Foram encontrados casais dividindo moradia com os demais trabalhadores.


Entre os trabalhadores havia dois adolescentes. Essa é considerada uma das piores formas de trabalho infantil porque envolve o uso de perfurocortantes e com exposição à radiação solar e ao frio, de acordo com o Decreto nº 6481/2008.


Os outros 74 trabalhadores são provenientes do Maranhão e foram resgatados em Santa Juliana, na atividade de corte de alho e colheita de batata. Estavam alojados, no centro da cidade, em espaços improvisados, como uma antiga funerária, onde foram colocadas divisórias para servir de quarto para 45 trabalhadores, que ficavam amontoados no espaço.


A equipe que realizou a ação fiscal observou que as instalações sanitárias estavam dividindo espaço com o local de preparação das refeições. Não havia lavanderia, espaço de lazer, tampouco local para refeições.


Em outro alojamento, os fogões estavam com infestação de ratos e as instalações elétricas eram improvisadas, com risco de choque elétrico. Não havia chuveiro com água quente para os trabalhadores.


Resgate


A Inspeção do Trabalho concluiu que todos os trabalhadores estavam em condições degradantes. Por isso, as vítimas foram afastadas imediatamente das atividades que realizavam. Os empregadores foram notificados pela Auditoria-Fiscal do Trabalho e promoveram o pagamento das verbas rescisórias.


Denúncias


Denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, via link https://ipe.sit.trabalho.gov.br/.

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