Chacina de Unaí: Famílias e SINAIT reforçam busca por justiça, em reunião no Ministério dos Direitos Humanos


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
09/03/2023



Por Dâmares Vaz


Edição: Andrea Bochi


As viúvas dos Auditores-Fiscais do Trabalho assassinados na Chacina de Unaí e dirigentes do SINAIT foram recebidos nesta quarta-feira, 8 de março, pela secretária-Executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), Rita de Oliveira, na sede do ministério, em Brasília. Eles pediram o apoio da pasta à luta por justiça no caso, tendo em vista que os mandantes do crime, mesmo condenados, até hoje não foram presos, passados mais de 19 anos desde os assassinatos.


O presidente do SINAIT, Bob Machado, a presidente do Conselho de Delegados Sindicais, Olga Machado, e a diretora Rosa Jorge relataram à secretária o histórico do crime, detalhes do trâmite dos processos judiciais e a atuação da entidade pela punição de Antério e Norberto Mânica, José Alberto de Castro e Hugo Alves Pimenta, os mandantes condenados.


“A condenação dos criminosos somente foi possível em razão da luta do SINAIT, dos familiares e da categoria. Para as famílias, para nós colegas, é muito difícil enfrentar, todos os anos, essa história de impunidade. Seguiremos na luta pela efetiva punição dos assassinos”, ressaltou Bob Machado. O Sindicato entregou à Rita de Oliveira o livro “Chacina da Unaí – A luta do SINAIT por justiça”, editado pela entidade.


Genir Lage, viúva do Auditor João Batista Lage; Marinez Lina de Laia, viúva do Auditor Erastóstenes de Almeida Gonsalves, e Helba Soares, viúva do Auditor Nelson José da Silva, falaram de como, mesmo depois de tantos anos, ainda mantêm a esperança de ver os mandantes na prisão.


“Nosso lema é não desistir. E para nós justiça é que eles cumpram as penas”, afirmou Marinez. Para Genir, a prisão dos criminosos serviria para fechar esse ciclo marcado por tanta luta: “temos o direito de ter paz”, disse. Para Helba, é fundamental que as instituições deem visibilidade ao caso e cobrem uma resposta da justiça.


Rita de Oliveira assumiu o compromisso de levar todas as informações da reunião ao ministro, Silvio Almeida, que não pôde receber o grupo em razão de conflito de agenda. A secretária-Executiva manifestou solidariedade às famílias. “Muito me toca essa injustiça tão prolongada no tempo, e que envolve servidores que estavam cumprindo seu dever ao defender direitos humanos de trabalhadores.”


Também esteve na pauta da reunião a necessidade de recomposição da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae). Rita de Oliveira falou que o colegiado irá realizar uma reunião extraordinária no dia 13 de março, com participação do ministro, para marcar a abertura de diálogo, a fim de buscar o fortalecimento das políticas públicas de combate ao trabalho escravo. Ela ainda afirmou ser intenção do MDH ampliar a participação social na Conatrae, com a reinclusão das entidades tiradas em 2019.


No fim da reunião, o SINAIT entregou à Rita de Oliveira outras publicações editadas pela entidade sobre o combate ao trabalho e sobre a reforma trabalhista.

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