SINAIT
O governo federal, a despeito das críticas e opiniões contrárias, segue em seu propósito de cumprir o acordo feito com o Ministério Público do Trabalho - MPT para substituir, até o final de 2010, todos os trabalhadores em situação de terceirização irregular na Administração Direta por servidores concursados, conforme prevê a Constituição Federal. Esta intenção se manifesta na decisão de manter os concursos públicos já autorizados e em andamento, e também na postura dos técnicos, que estão assumindo publicamente esta determinação.
Na terça-feira 28, o jornal Correio Braziliense publicou artigo de Marcelo Viana, secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP, que diz claramente que o governo vai manter sua política de contratação de pessoal para recompor o quadro minguado por evasões e aposentadorias e para cumprir o acordo com o MPT. Segundo o Secretário, a busca é pela excelência na gestão de pessoal com vistas à melhoria da prestação de serviços à população.
O SINAIT aplaude a firmeza da Administração, mas opina que é preciso fazer ainda muito mais. Na área de Fiscalização do Trabalho, por exemplo, o contingente ainda é insuficiente para dar a resposta rápida e eficiente esperada pelos trabalhadores, empregadores e entidades sindicais. Na Região Norte há Estados que não têm sequer 10 Auditores Fiscais do Trabalho em atividade. A área de segurança e saúde do trabalho carece de mais profissionais especializados para atender à demanda de denúncias e atuar preventivamente para reverter o lamentável quadro de adoecimento e acidentes no ambiente de trabalho.
Conforme mostrou pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, o Estado brasileiro não tem excesso de pessoal, não há inchaço na máquina pública. As distorções se dão é na forma de contratação, com excesso de cargos de livre provimento e de contratação de pessoal de fora das carreiras para ocupar funções estratégicas que exigem alto conhecimento técnico. O SINAIT defende que o cargo de Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, assim como os demais cargos de chefia no MTE, sejam ocupados por servidores de carreira que conheçam de forma plena o funcionamento e as peculiaridades da administração pública e especificamente, da área de atuação, e que devem atuar no estrito cumprimento da Lei, sem favorecimento de qualquer espécie”.
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28-4-2009 – Correio Braziliense
Marcelo Viana - Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Uma das tarefas mais importantes e desafiadoras na gestão de pessoas é a composição adequada da força de trabalho, o que requer equilíbrio sutil entre quantidades e perfis apropriados. A busca da excelência nessa área é um desafio central em qualquer agenda de melhoria da gestão. A gestão da força de trabalho do governo federal abrange hoje quatro dimensões: recomposição qualitativamente superior do quadro de pessoal, criação de novas carreiras, profissionalização dos cargos de direção e eliminação da terceirização irregular.
Já as novas carreiras vêm reforçar a capacidade de atuação dos órgãos responsáveis pela execução das políticas de governo, até para criar situação de equilíbrio com a crescente profissionalização das áreas de controle.
Foram criados os cargos de Especialista e de Analista em Infraestrutura para apoiar a implementação do PAC. Foi proposta a criação da carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais, em tramitação no Senado. E, para fortalecer as áreas meio dos ministérios, foi enviado projeto de lei para a criação da Carreira de Analista Executivo, em tramitação na Câmara dos Deputados.
Outro movimento importante é o de buscar a redução da quantidade de cargos de livre provimento em prol de funções ocupadas por servidores de carreira, no intuito de ampliar a capacidade técnica do Estado para a condução de políticas públicas. Foram definidos percentuais mínimos dos cargos em comissão a serem ocupados por servidores públicos efetivos. Foi também enviada ao Congresso proposta que cria as Funções Comissionadas do Poder Executivo (FCPE), a serem providas com base no critério de mérito e competência.
Por fim, a contenção de concursos no passado em razão de restrições fiscais levou à proliferação da terceirização irregular, que está sendo revista em comum acordo com o Ministério Público do Trabalho. Foi firmado um Termo de Conciliação Judicial que prevê a substituição, até o final de 2010, de todos os terceirizados em situação irregular na administração direta por servidores concursados.
Ou seja, o setor público vai ajustar sua força de trabalho às necessidades permanentes, suprindo suas necessidades eventuais acima mencionadas por meio da contratação temporária e evitando a terceirização irregular. A contratação temporária tem vantagens, pois define prévia e publicamente a qualificação, a remuneração e o prazo de vigência do contrato, bem como seleciona o profissional mediante processo seletivo público. É, portanto, uma alternativa transparente e republicana para as situações que não ensejam a ampliação do quadro permanente e é uma opção legal posta à disposição do gestor público que não será mais impelido a adotar soluções arbitrárias e irregulares.
São essas, em linhas gerais, as medidas que estão sendo tomadas para organizar e gerir adequadamente a força de trabalho do Executivo federal.