SINAIT participa de seminário sobre crise, trabalho e financiamento público


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
05/05/2009




O SINAIT, representado pelo Vice-Presidente Franklim Rabelo de Araújo, participou no último dia 27-4, na cidade de Santos (SP), do Seminário sobre Crise, Trabalho e Financiamento Público, promovido pelo Conselho Sindical Regional da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira, o qual representa 96 entidades sindicais.


O evento tratou de temas como “Cenário Político e Econômico da Crise -possibilidades de intervenção coletiva (regional) objetivando a salvaguarda de Direitos e a manutenção do Pleno Emprego”.


Marcos Verlaine da Silva Pinto, Assessor Parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), alertou que “a crise é produto da super acumulação capitalista e é cíclica, afetando a todos os países”. Segundo Verlaine, nossa reserva cambial é da ordem de 200 bilhões de dólares, temos superávit primário elevado e inflação controlada. Na sua visão nossa economia é dinâmica, estratificada, não dependendo somente do petróleo, mas de várias atividades. Verlaine afirmou ainda que o Brasil exporta somente 25 % do que produz, enquanto a China exporta 45%. “Portanto, podemos elevar esse índice, aliviando qualquer crise. Nesse momento o BNDES libera crédito e  o Banco do Brasil está reduzindo a sua taxa de juros”.


O Assessor do DIAP declarou que a lógica do capital visa somente não permitir aumentos reais do salário. Ele adverte que o movimento sindical deve ter uma lógica diferente da dos empregadores. “O nosso sistema financeiro é sólido e, portanto, deve financiar a atividade produtiva”.


O Dr. José Silvestre, representante do DIEESE, relatou que esta crise é a mais profunda do capitalismo, pós 1929. É uma crise de natureza Global e afeta os diversos setores de atividades econômicas, de forma diferenciada. Afirmando que “Ninguém sabe dizer quando a crise termina”. Silvestre expôs que em 1997 tínhamos 24 milhões de trabalhadores no mercado formal, em 2008 esse número passou para 38 milhões de trabalhadores. Ele citou ações do Estado que contribuíram para essa elevação da formalidade como as ações de fiscalização do MTE.


Para Silvestre o nosso sistema público, como o Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES, representam 35% dos créditos no Brasil. Dessa forma, o país pode traçar estratégias efetivas para amenizar os efeitos da crise. Vislumbra Silvestre, entretanto, um cenário mais difícil para negociação.


No período da tarde, o evento contou com a presença de vários representantes Sindicais, dentre eles o SINAIT e as Centrais Sindicais, como CGT, CUT, Nova Central Sindical, UGT e Força Sindical, do Superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo,  José Roberto de Melo (SRTE/SP) e da Gerente Regional do Trabalho e Emprego de Santos, a Auditora Fiscal do Trabalho, Rosângela Mendes Ribeiro Silva. O Ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, proferiu palestra abordando o tema: Crise, Trabalho e Financiamento Público.


De acordo com o Ministro, a crise começou há mais de um ano e meio com a especulação imobiliária do sistema financeiro dos Estados Unidos da América. “Ocorre que, com a especulação, os preços dos imóveis valorizaram e foram financiados pelo valor de mercado, portanto, com preços elevados. Com o aumento da inadimplência os preços dos imóveis desabaram, levando o capital dos bancos para baixo. Instalando a crise, iniciada com a quebra do Leman Brothers”, disse o ministro.


Segundo Lupi, a nossa diversidade de produtos e a dimensão continental do Brasil é fato. “Somos o maior exportador de carne bovina, o maior exportador de frango, o maior produtor de soja e o segundo maior exportador de aeronaves do mundo. A Petrobrás ampliou as reservas brasileiras de petróleo”. Para o Ministro do Trabalho, a escassêz de crédito no mercado prejudicou as exportações brasileiras, afetando a venda dos produtos brasileiros no exterior. Levando o governo a adotar as seguintes ações: financiamento das exportações, investimento na Construção Civil (Programa minha casa, minha vida), estímulo ao aumento de crédito, redução do IPI dos automóveis e dos eletrodomésticos.


O nosso mercado interno tem um potencial de consumo elevado. Para o Ministro esse potencial para elevação do consumo chega a 80 %, diferente dos mercados Europeu e Americano, que “devido ao alto poder aquisitivo, praticamente não tem mais o que consumir. Assim, temos como superar a crise, principalmente, estimulando o mercado interno brasileiro”, concluiu Lupi.

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