Homenagens a Auditores-Fiscais que morreram durante o exercício da função também foram ponto forte da live.
No início da noite desta quarta-feira, 27 de janeiro, o canal do Sinait no You Tube, SINAIT play, transmitiu a live “Auditoria Fiscal do Trabalho: experiências regionais de enfrentamento ao trabalho escravo” Live conjunta das Delegacias Sindicais do SINAIT - DSs Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pará.
Os representantes dos estados participantes relataram um pouco de suas experiências no combate ao trabalho escravo coordenados pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, André Exposito Roston da Superintendência regional do Trabalho de São Paulo.
Homenagem
A transmissão homenageou os Auditores-Fiscais do Trabalho assassinados na Chacina de Unaí, que completa 17 anos nesta quinta-feira, 28 de janeiro. Em 2004, o grupo de três Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes da Silva, João Batista Lage, Nelson José e o motorista Ailton Pereira foi emboscado e todos foram covardemente assassinados..
Ivone Baumecker, Auditora-Fiscal do Trabalho em Minas Gerais, que na época do bárbaro assassinado, acompanhou os trâmites e recebimento dos corpos dos colegas chacinados, se emocionou ao lembrar a forma brutal e triste do caso. “Fomos ao local por diversas vezes e foram tempos sombrios”. Ela apresentou o vídeo produzido pela Delegacia Sindical de Minas Gerais que reafirma a indignação com a impunidade – Justiça tardia, não é justiça! – é a palavra de ordem da produção.
Sentimos muito a falta de resposta de quem é responsável é ruim para aqueles que
Liane Durão de Carvalho Gome da Bahia relatou casos de resgates do grupo estadual de combate ao trabalho escravo, criado em 2017, do qual é a atual coordenadora, destacando dois casos emblemáticos, na sua opinião. Um deles, o resgate de uma empregada doméstica submetida ao trabalho escravo durante vários anos, semelhante ao caso recente da resgatada Madalena xxxx, que foi notícia nacional.
André Roston lembrou e comemorou o avanço do resgate de trabalhadores domésticos. “Acompanhei o processo de criação do grupo estadual que foi rápido e com muita qualidade. O trabalho doméstico é crônico e grave e temos avançado e mudado a realidade”, frisou.
O Auditor-Fiscal do Trabalho, Paulo Carvalho do Maranhão, disse que de 2000 a 2010, no estado do maranhão foram libertados mais de 2.325 trabalhadores em condições análogas às de escravo. A partir de 2012, a redução de Auditores-Fiscais do Trabalho foi significativa e que, nos últimos dez anos foram resgatados, no estado, 530 trabalhadores. Para ele, a redução do número de resgatados nos últimos anos não refletem a diminuição de trabalhadores submetidos a condições análogas às de escravo, mas ao número reduzido de Auditores-Fiscais do trabalho e consequentemente à incapacidade de acompanhamento em todos os municípios.
Também foi homenageado o Auditor-Fiscal Adelcio Batista, morto na década de 80, em acidente durante ação de fiscalização. O Auditor-Fiscal Jomar Lima disse que o colega não foi esquecido e que sua morte chocou a todos.
Sobre o combate ao trabalho escravo no estado, Jomar destacou que atualmente a atividade de extração do dendê e açaí são as que mais concentram trabalhadores escravizados. “A limpeza de pastos foi destaque a partir dos anos 90 e coincidiu com produção do carvão, atividade muito penosa para o trabalhador e onde são encontrados muitos menores trabalhando”, enfatizou.
Roston disse que os Auditores-Fiscais transformam muito a realidade desses trabalhadores escravizados.
Confira aqui a íntegra da live.