MS: Auditores-Fiscais resgatam três trabalhadores indígenas da produção do eucalipto na zona rural de Ponta Porã


Por: SINAIT
Edição: SINAIT
26/04/2022



Por Solange Nunes, com informações do site gov.br
Edição: Andrea Bochi


No Dia do Índio, 19 de abril, Auditores-Fiscais da Superintendência Regional do Trabalho em Mato Grosso do Sul (SRTb/MS) resgataram três trabalhadores indígenas de condições análogas à escravidão, que laboravam na produção de eucalipto, na zona rural de Ponta Porã. Os indígenas são da Aldeia Campestre em Santo Antônio João (MS), à cerca de 60 quilômetros de distância da área que foram encontrados.


De acordo com a equipe de fiscalização, os trabalhadores com idade entre 14 e 23 anos, de origem Guarani-Kaiowá, laboravam na produção de eucalipto desde abril deste ano, exceto um dos resgatados, que já estava na propriedade há cerca de um ano.


Os jovens trabalhavam carregando lenhas nas costas, sem equipamentos de proteção individual e recebendo R$ 300 por caminhão preenchido.


Situação degradante


Os Auditores-Fiscais constataram que as três vítimas estavam em situação degradante de trabalho e alojamento, em barracos de lona, e utilizando apenas espumas sujas para dormir sobre o chão de terra. Um pequeno brejo que havia próximo ao alojamento era de onde os indígenas retiravam a água para beber, cozinhar e tomar banho.


No caso da alimentação, a equipe constatou que a comida era ofertada poucas vezes, sendo descontada no pagamento. “Os trabalhadores indígenas não tinham comida suficiente e caçavam passarinhos na tentativa de matar a fome”, comentou o Auditor-Fiscal do Trabalho Antônio Maria Parron, que coordenou a operação.


A ação fiscal contou com a participação do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.


Pós-Resgate


O cálculo sobre valores a serem pagos de verba rescisória aos trabalhadores está sendo realizado pelos Auditores-Fiscais do Trabalho. As vítimas também terão direito ao recebimento do Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, fazendo jus a três parcelas de um salário mínimo de R$ 1.212, cada.

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