MT: Auditoria-Fiscal do Trabalho e Apae Cuiabá se unem por inclusão de pessoas com deficiência intelectual

O desafio é conscientizar e convencer a classe empresarial sobre a importância do cumprimento da Lei de Cotas e da inclusão deste público no mercado de trabalho

Por Sandra Carvalho, da assessoria de comunicação da Delegacia Sindical do SINAIT em Mato Grosso

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cuiabá e a Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso (SRT/MT) unem esforços em busca do aumento do número de vagas para Pessoas com Deficiência (PCDs) intelectual no mercado de trabalho. A Lei Federal nº 8.213/1991 é considerada a mais inclusiva das leis brasileiras e completou 31 anos no dia 24 de julho. É por meio dessa legislação que as empresas são obrigadas a cumprir a porcentagem de contratações de trabalhadores com deficiência.

O alinhamento ocorreu durante reunião entre a Auditora-Fiscal Caroline de Almeida Mendes Lima, coordenadora do Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência e de Beneficiários Reabilitados pela Previdência Social no Mercado de Trabalho da SRT/MT, a presidente da Apae Cuiabá, Silvia Cristina Nogueira Artal, e a assistente social Jussara Maria Teixeira de Amorim.

Caroline visitou a Apae a convite de Silvia, para conhecer de perto as pessoas com deficiência intelectual assistidas pela entidade. “Queremos identificar as suas potencialidades e a capacidade que elas têm de entrar no mercado de trabalho. Precisamos entender o quão importante é esse desafio de entrar para o mercado de trabalho e o quanto ele impacta positivamente na mudança de vida dessas pessoas”, afirmou a Auditora-Fiscal.

De acordo com a servidora, durante a reunião ficou definido que a coordenação do projeto da SRT/MT trabalhará em parceria com a direção da Apae Cuiabá com o objetivo de unir o empresário e as pessoas com deficiência intelectual para que elas também possam entrar no mercado de trabalho e ocupar as vagas definidas pela Lei de Cotas.

“Nosso esforço conjunto será o de convencer a classe empresarial de que, apesar das dificuldades que a pessoa com deficiência intelectual apresenta para o trabalho por ser um público diferenciado, que precisa de assistência integral, ela também traz consigo potencialidades diversas e grande capacidade de trabalhar e agregar benefícios e valores em uma empresa”, afirmou a Auditora.

Essa inserção, esclarece Caroline Lima, traz qualidade de vida, resgata a dignidade, faz com que eles melhorem a autoestima e o reconhecimento deles perante a sociedade e a família. “A minha visita foi para conhecer a instituição e estreitar essa parceria entre a fiscalização do trabalho e a Apae, para que possamos ajudá-los nesse desafio.”

Silvia Artal entende como muito importante essa parceria, principalmente quanto à divulgação às empresas do perfil das pessoas atendidas pela Apae. “Vai nos ajudar a mostrar para a classe empresarial que tipo de serviços elas podem executar e qual é o público da Apae, que são pessoas com deficiência intelectual e múltipla, com mais dificuldade, porém capazes de inclusão no mercado de trabalho”, observa a presidente.

A assistente social Jussara Amorim informa que hoje a Apae Cuiabá conta com 13 alunos no mercado de trabalho. Em um período eles vão ao serviço e no outro, para a escola.

“Nós temos certa dificuldade para inserir esses alunos em razão da sua deficiência intelectual, que causa receio nas empresas. Porém, é muito importante que eles possam trabalhar, porque é uma forma de desenvolver a autonomia e de promover a inclusão e a socialização.”

A Apae

A Apae Cuiabá é uma entidade filantrópica que completa 56 anos de existência em setembro de 2022, tendo sido a primeira Apae de Mato Grosso. Atualmente atende uma média de 120 pessoas com deficiência intelectual e múltipla nas diversas fases da vida, nas áreas da assistência social, educação e saúde. Ao todo, são 67 Apaes em todo o estado e que juntas atendem mais de 4,2 mil crianças especiais.