Depois do fazendeiro Gedeão Silveira Pereira, representante da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e que representa as organizações patronais na Conferência Internacional do Trabalho, dizer que não existe trabalho escravo no Rio Grande do Sul, um evento promovido pela CNA em Genebra foi alvo de boicote por parte de centrais sindicais brasileiras. A informação foi divulgada pelo colunista Jamil Chade, no Uol, que também repercutiu o repúdio veemente do SINAIT à fala do fazendeiro.
Em nota pública, o SINAIT criticou fortemente a postura do fazendeiro, enfatizando que a negação do trabalho escravo é uma tentativa de silenciar as vítimas e as denúncias. A entidade também apontou que o negacionismo contribui para a perpetuação dessas condições, que quase diariamente são constatadas e combatidas pelos Auditores-Fiscais do Trabalho, a exemplo do resgate de mais de 200 trabalhadores em vinícolas famosas no Rio Grande do Sul, em fevereiro de 2023.
Além disso, o SINAIT apontou que a imagem do setor agropecuário brasileiro fica prejudicada por atitudes negacionistas como a do fazendeiro em questão. A entidade destacou que o setor agropecuarista é parte crucial da economia do país, e que a negação de problemas sérios como o trabalho escravo no campo pode minar a reputação e a credibilidade do agronegócio brasileiro, tanto nacional quanto internacionalmente, o que resultaria no fechamento de mercados importantes.
Leia a nota pública do SINAIT na íntegra aqui.