Lucas Reis é um dos personagens da reportagem produzida pelo Intercept Brasil que mostra como custa pouco aos infratores escravizar um trabalhador no país
O Auditor-Fiscal do Trabalho e diretor do SINAIT Lucas Reis é um dos personagens da reportagem produzida pelo Intercept Brasil que mostra como custa pouco aos empregadores infratores escravizar um trabalhador no país. Publicada nesta terça-feira, 2 de julho, a reportagem mostra que o “preço da dignidade” de um trabalhador custa apenas R$ 4.115,89 ao bolso do infrator.
A reportagem conversou com Lucas Reis que atua nas fiscalizações de combate ao trabalho escravo, para entender por que esses valores pagos aos trabalhadores são tão baixos.
“As verbas rescisórias são todos os direitos que o trabalhador teria se tivesse sido contratado regularmente desde o início do trabalho”, ele explica. Isto é, salário de acordo com piso da categoria, décimo-terceiro, férias, horas extras. Esse valor é calculado pelos Auditores-Fiscais do Trabalho no momento do resgate.
“O valor acaba sendo baixo porque, infelizmente, os direitos dos trabalhadores no geral são poucos. Eu defendo que os direitos deveriam ser ampliados, principalmente, em caso de resgate de trabalho escravo”, opina o Auditor.
Em 2023, os Auditores-Fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego encontraram 3.190 pessoas em condições análogas à escravidão em todos os estados do país. Os empregadores flagrados pagaram R$ 12,8 milhões aos trabalhadores. Ao todo, no ano, foram 707 operações realizadas para coibir esse crime, sendo que em 345 houve flagrante de trabalho escravo.
Esses dados foram anunciados como um recorde do estado – e são mesmo. Desde 2009, o Brasil não resgatava tantas pessoas submetidas à escravidão contemporânea. Mas, por trás dos números superlativos, há um resultado degradante: ainda sai barato escravizar no Brasil.
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